Publicado em 02/07/2020 - Notícia

O que esperar dos pedidos de RJ durante a pandemia

CNN

A magnitude da crise financeira observada durante o segundo trimestre de 2020, por conta do novo coronavírus, sugere que haverá um elevado número de pedidos de recuperação judicial até o final do ano. Empresas de todos os portes sofrem para equilibrar contas enquanto as suas receitas caem drasticamente, em consequência da restrição no trânsito de pessoas e mercadorias.

Nos Estados Unidos, onde o trâmite é mais comum, grandes companhias, como a locadora de veículos Hertz, já recorreram à justiça para tentar equalizar as contas este ano. A última a pedir socorro, na segunda-feira (29), foi a gigante do entretenimento Cirque du Soleil. Com todos os seus espetáculos parados durante a quarentena, precisou demitir cerca de 95% de sua força de trabalho e negociar suas dívidas com credores.

Aqui no Brasil, segundo apontam especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business, o trâmite é acionado mais raramente e muitas vezes só quando as companhias já estão em um estado muito avançado de degradação financeira. Há certo preconceito do empresariado com o processo.

Os pedidos de recuperação judicial até cresceram 68,5% no país entre abril e maio de 2020, apontam dados da Boa Vista Serviços, mas recuaram em 40,3% se comparados ao mesmo mês do ano anterior.

Laura Bumachar, advogada especializada em RJ e sócia do Dias Carneiro Advogados, também entende que o problema é estrutural.

“A Justiça tem mais de 260 mil processos desse gênero em andamento, as empresas pedem tudo ao juiz. É um processo pouco maduro, que não será mudado com uma simples atualização na legislação”, diz. “Há ainda uma questão cultural no Brasil. O processo de recuperação judicial é mal visto pelos empresários e pela população no geral.”

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